Looking For Anything Specific?

" />

Uma aula do uso prático e objetivo na animação | Gunsmith Cats | Review

Sinopse: Nos perigosos subúrbios de Chicago, as habilidosas caçadoras de recompensas Irene "Rally" Vincent e "Minnie" May Hopkins, administram a Gunsmith Cats, uma loja de armas de fogo de legalidade questionável. Um dia, Bill Collins, um agente do Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos de Chicago, chantageia Rally e May para trabalhar com ele em um caso. As apostas são altas, mas as habilidades com armas de Rally e o conhecimento de explosivos de May são incomparáveis. Conforme Rally e May desvendam os segredos do caso, elas precisarão usar armas e granadas sendo mais rápidas, fortes e melhores do que todos os outros para permanecerem vivas.

Direção: Takeshi Mori

Studio: OLM

Quantidade de episódios: 3

Temporada: Outono 1995


Gunsmith Cats ao mesmo tempo que é um anime que preserva uma dinâmica e fluxo de acontecimentos muito envolventes e cômicos, mas também consegue dar um sentido muito revelador para alguns detalhes bem pequenos e sutis, que se potencializam no meio da ação e das cenas.


A melhor qualidade do anime é o modo como ele se resolve de forma muito pratica e direta. Todos os planos do anime tem esse caráter muito ágil e objetivo, não apenas em cenas de ação, mas também em seus diálogos e planos mais informativos.

Apesar do anime ser dividido em 3 episódios, e ambos possuírem um “desfecho” próprio, o conflito principal existe e se conecta em ambos. Esse que, claro, vai se mostrando mais presente até chegar o último episódio. Tem uma cena ainda no primeiro episódio, quando a Rally vai até o Jonathan para uma negociação. Antes do momento de ela entrar na sala, o anime faz um plano detalhe bem rápido do site que o Jonathan está visualizando, e então ela entra. Aparentemente, é apenas uma cena com uma intenção cômica (já que o personagem aparenta estar assistindo um site pornográfico), mas que tem a sua relevância nos episódios seguintes. Ou a cena em que o Bill está conversando na sala do Chefe George. Quando o Bill sai da sala, o Chefe recebe uma chamada telefônica do Representante do Estado, e que está acima dele. (A própria frase do Bill ao sair da sala também reforça este momento: “Estando em tão alto posto, o mantêm bastante ocupado”).

Toda a informação importante no anime se comunica muito bem de forma visual.

A personagem Radinov, na cena em que ela é enviada para matar o Jonathan, além de realizar o seu feito, ela também mata os outros oficiais que ali estão. No confronto, ela chega a receber tiros, mas é protegida pelo seu colete a prova de balas (que é uma capa), e sai ilesa do tiroteio e volta para o seu alojamento. Na cena da perseguição de carro no segundo episódio, ela recebe um ferimento na orelha, e isso a deixa muito furiosa – até vingativa no episódio seguinte. Tudo isso mostra que a sua integridade física é algo muito importante. É mais relevante ainda no episódio final, quando a personagem morre baleada pela Rally, e o plano mostra justamente as balas atravessando o seu corpo e sendo paradas pela sua capa.


Ser informativo visualmente é algo que muitos animes, filmes, séries etc conseguem fazer muito bem, mas Gunsmith Cats tem seu caráter muito ágil e objetivo de informar. Ele não vai parar segundos preciosos para que o espectador preste o máximo de atenção naquele detalhe e fique esperando que aquele seja revelado mais tarde. Gunsmith Cats vai enquadrar um plano, e já vai mudar para outro plano; mostra algo acontecendo, corrige o enquadramento e já muda para outro plano. É um anime, que mesmo quando não está em uma cena de ação, permanece sempre em constante movimento. A continuidade das cenas tem um sentido e um ritmo muito bons.

Não é um anime que vai se preocupar com uma dramatização, história ou futuro dos personagens e da trama. Tudo o que é vivenciado no anime começa e se encerra muito rápido.

Até algumas características dos personagens são mais imediatas e “obvias” com a intenção de não precisar especificar muitas coisas sobre eles. A May tem essa aparência mais infantil, uma voz com um tom mais espontâneo, e na ação, de forma até cômica, ela exibe esse lado mais despreocupado e explosivo. O policial Bill já se pode pressupor, pelas suas roupas e jeito de falar, que é alguém descarado e meio canastrão. A Radinov já é essa personagem sem emoção, rude, superior.

A forma como o diretor Takeshi Mori usou, compôs e encenou elementos e personagens em cena, mesmo que alguns pequenos detalhes, dentro de um estilo muito frenético e informativo funcionou muito bem.




Henrique Neves é fundador, administrador e escritor do site Casa dos ReviewersFormado na faculdade de Jogos Digitais da Universidade Nove de Julho e estudante ativo (autônomo) de linguagem cinematográfica e animação.

Cargo: Administrador/Escritor

Redes sociais:                      


Texto revisador pelo nosso parceiro Animelancolia




Postar um comentário

0 Comentários