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Nostalgia tokusatsu | SSSS.Gridman | Review


Sinopse: Yuta Hibiki não consegue se lembrar quem ele é, e agora ele está vendo e ouvindo coisas que os outros não veem! Uma voz de um computador antigo diz a ele para lembrar do seu chamado, e ele vê uma criatura imensa e imóvel à distância. Nada faz sentido, até o gigante voltar à vida! De repente, Yuta é puxado para o mundo digital, reaparecendo no mundo real como o herói colossal, Gridman!

Direção: Akira Amemiya

Studio: Trigger

Quantidade de episódios: 12

Temporada: Outono 2018

O ponto de apreciação de Gridman não está nessa relação mais “profunda” de temas importantes do qual o anime tenta trabalhar, e sim, em uma forma mais vulgar como ele trata o assunto mais objetivo do anime – esse que remete à uma nostalgia dos momentos de ação.


Eu gosto de como o anime trabalha com essa relação mais vulgar e objetiva da trama que existe na superfície. Vulgar não em um sentido negativo e sim nessa relação visual bem assumida com uma carga heroica, destrutiva e nostálgica.

Mesmo tendo uma história continua, o foco está na resolução imediata de cada episódio – ela progride dando mais foco a eventos isolados de cada episódio, e isso é muito gratificante. Essa estrutura com os eventos principais terminados de modo mais episódico me remete também à essa forma dos tokusatsu’s.

As cores vibrantes do Gridman, os movimentos dos robôs que seguem uma lógica mais coreografada e o jeito como são mostradas as conexões feitas com os outros robôs tem essa característica mais encantatória. A forma como evidenciam o cgi dos robôs e dos monstros como elementos mais distantes daquela realidade. Essa relação combina mais com a cara do estúdio, que normalmente busca essa intensidade das cenas e do movimento. Tudo isso casa muito bem.


Já me acostumei com o fato de que sempre existira referencia aos trabalhos antigos do estúdio Gainax. O que no caso de Gridman não foi ruim, já que o trabalho possui essa abordagem mais caricata. E essas personalidades meio obvias também possuem essa intensidade que o anime se posiciona a ter.


Infelizmente, mais uma vez o estúdio tenta trabalhar com um tema profundo mal articulado, tornando algumas partes bem superficiais. Essa relação mais contemplativa não combina com a intensidade que o anime apresenta.

Não que ter o tema em si seja o problema, já que intencionalmente, ele parece existir apenas por isso. Mas a forma como o diretor Akira Amemiya trabalha com essa relação de forma mais “sutil” acaba separando e isolando seu tema de todo o restante.

O que eu quero dizer, é que Gridman não consegue vincular essas duas propriedades. Parece que as duas existem de formas dissociadas. Um exemplo de algo que funciona muito bem dentro dessa lógica é o próprio Kill la Kill do Trigger. É um trabalho que tem essa mesma intensidade das cenas e do movimento, ao mesmo tempo, um tema sutil presente na obra. Mas, o Hiroyuki Imaishi integra seu tema dentro dessa intensidade do trabalho. Não que eu queira dizer que essa é A FORMA CERTA DE SE FAZER, mas sim que ele formulou uma ideia que faz essa abordagem funcionar de forma singular.


Mas, o trabalho em si não é ruim. Mesmo ele não conseguindo articular uma ideia que providenciaria uma experiência única ao espectador, ainda tem muitas coisas que funcionam. A diferença entre ambas é que: essa relação profunda é desenvolvida de forma ilustrativa, obvia e chata; e essa relação heroica, destrutiva e nostálgica é praticamente o que existe de melhor no anime.

Funciona muito melhor como uma alegoria direta aos próprios tokusatsu’s do que essa forma mais imóvel e inexpressiva que chega a dar sono em alguns momentos.


A reta final do anime tem as melhore/piores momentos. Melhores pois o anime chega no ápice dessa relação mais intensa e nostálgica com a batalha final contra o principal vilão. E piores, visto que o anime termina com uma sobriedade que tenta dar fim ao seu tema mais delicado e mal desenvolvido.




Henrique Neves é fundador, administrador e escritor do site Casa dos ReviewersFormado na faculdade de Jogos Digitais da Universidade Nove de Julho e estudante ativo (autônomo) de linguagem cinematográfica e animação.

Cargo: Administrador/Escritor

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